O Edifício Sustentável que irá albergar os serviços Técnicos da Câmara Municipal de Beja é um edifício que conseguiu em projecto uma classificação de A no que diz respeito à sua construção e concepção em desenho, podendo atingir uma classificação de A+ durante o seu uso e pelos equipamentos posteriormente adquiridos.
Mas o que é isso de “classificação de A”? Qual o programa de certificação que determinou a sua classificação? O que o distingue dos outros edifícios?
O sistema LiderA (Liderar pelo Ambiente), é a designação de um sistema voluntário Português que tem em vista efectuar de forma eficiente e integrada de apoio, avaliação e certificação do ambiente construído que procure a sustentabilidade e assenta no conceito de reposicionar o ambiente na construção, na perspectiva da sustentabilidade, assumindo-se como um sistema para liderar pelo ambiente. O sistema proposto (Pinheiro, 2005) dispõe de três níveis: estratégico (da ideia ao plano), projecto e gestão do ciclo de vida, tendo em vista permitir o acompanhamento nas diferentes fases de desenvolvimento do ciclo de vida do empreendimento.
Principais princípios do Lider A
Desde o seu início, o empreendimento pode adoptar uma Política ambiental, a qual deve ser adequada ao empreendimento e às especificidades ambientais, considerando princípios para a procura da sustentabilidade.
Desde Março de 2009 encontra-se disponível a versão 2.0 do sistema LiderA (para consensualização com os parceiros), que permite ser aplicada a diferentes escalas, desde o edifício aos ambientes construídos e comunidades sustentáveis.
A versão 2.0, é destinada não só a edifícios, mas também para espaços exteriores, zonas mais alargadas, incluindo quarteirões, bairros e empreendimentos de várias escalas. A procura da sustentabilidade é efectuada, segundo o LiderA, através das seguintes seis vertentes, assumindo os seguintes princípios:
- Princípio 1 - Valorizar a dinâmica local e promover uma adequada integração;
- Princípio 2 - Fomentar a eficiência no uso dos recursos;
- Princípio 3 - Reduzir o impacte das cargas (quer em valor, quer em toxicidade);
- Princípio 4 - Assegurar a qualidade do ambiente, focada no conforto ambiental;
- Princípio 5 - Fomentar as vivências sócio-económicas sustentáveis;
- Princípio 6 - Assegurar a melhor utilização sustentável dos ambientes construídos, através da gestão ambiental e da inovação.
As seis vertentes subdividem-se em vinte e duas áreas:
- Integração local, no que diz respeito ao Solo, aos Ecossistemas naturais e à Paisagem e Património;
- Recursos, abrangendo a Energia, a Água, os Materiais e a Produção Alimentar;
- Cargas ambientais, envolvendo os Efluentes, as Emissões Atmosféricas, os Resíduos, o Ruído Exterior e a Poluição Ilumino-térmica;
- Conforto Ambiental, nas áreas da Qualidade do Ar, do Conforto Térmico e da Iluminação e Acústica;
- Vivência socioeconómica, que integra o Acesso para todos, a Diversidade Económica, as Amenidades e a Interacção Social, a Participação e Controlo e os Custos no ciclo de vida;
- Uso sustentável, que integra a Gestão Ambiental e a Inovação.
Estas seis vertentes e vinte e duas áreas incluem um conjunto de pré-requisitos e critérios (43) para permitir avaliar o desempenho ambiental e o respectivo nível de procura da sustentabilidade.
(fonte: www.lidera.info)
Margarida Duarte
arquitecta . gabinete técnico
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