quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Diário do Alentejo Edição 1641

Editorial
Todos
Paulo Barriga

Há muito que o território
regional não se
pintava de vermelho.
Assim tão vivamente. As eleições
de domingo abriram no
mapa de Portugal um corredor
encarnado ininterrupto.
Que vai desde Barrancos, passando
por Beja e Évora, até
Setúbal, com uma ramificação
em Montemor-o-Novo direito
a Avis. Esta nova composição
eleitoral autárquica, para
lá das alterações diretas nos órgãos
eleitos, traz consigo uma
profunda reorganização do associativismo
municipal, nomeadamente
ao nível das comunidades
intermunicipais. A vitória
do PCP em 34 concelhos do País
é, antes de mais, uma vitória de
eficácia territorial. Com este
resultado, as autarquias comunistas
ficam em maioria na
Comunidade Intermunicipal do
Baixo Alentejo, na Comunidade
Intermunicipal do Alentejo
L itor a l , na Comunidade
Intermunicipal do Alentejo
Central e na Área Metropolitana
de Lisboa. O que é fruta. Muita
fruta mesmo. Apesar do estatuto
destas comunidades ter
sido chumbado pelo Tribunal
Constitucional em maio último,
é nestas uniões de municípios
que, hoje em dia, se estabelecem
as políticas de interesse regional
e que, acima de tudo, se
gerem os projetos e as candidaturas
de cada município aos
fundos comunitários. O ascendente
do PCP nestas quatro associações
de municípios confere
a este partido um comprometimento
alargado no desenvolvimento
de quase um terço do
mapa nacional. Sabemos como
o PCP foi importante, fundamental,
para o crescimento
desta vasta zona do território
no período subsequente ao
25 de Abril. Durante muitos
anos, as autarquias comunistas
foram o rosto do desenvolvimento
do interior, o exemplo
a seguir, imaculado, quer
em termos de eficácia, quer em
termos de seriedade. Mas, com
o avançar do tempo, o cansaço
e a mudança de paradigmas na
gestão autárquica, nomeadamente
ao nível das novas necessidades
populações, inverteram
essa tendência. Deu-se a
interrupção do ciclo vermelho,
que agora é retomado com assinalável
veemência. E redobrada
responsabilidade. Durante os
próximos quatro anos, o futuro
coletivo da região está nas
mãos do PCP. Um atributo que
lhe foi outorgado pelo povo que
quando vota é a pensar em todos.
Pelo que é com todos que
o futuro de todos deve ser trilhado.
A bem de todos.

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