domingo, 28 de dezembro de 2014

Diário do Alentejo Edição 1705

Editorial


Melhor

Paulo Barriga

Esta é a última edição do “Diário do Alentejo” antes do final do ano. Sai este jornal a meio caminho entre o Natal e o Ano Novo. A metade da distância entre as reflexões natalícias e as projeções vindouras. Na perfeita encruzilhada entre o balanço e a perspetiva. São de esperança e de agradecimento, as primeiras palavras que me ocorrem neste preciso instante. Esperança num ano de 2015 melhor do que este ano que agora finda. Sei que é banal no dizer e difícil na concretização, este voto de “melhor” ano. Mas para quem nunca esteve pior, como se dá o caso de acontecer à esmagadora maioria dos portugueses, qualquer coisa que rime com “melhor” não será, por certo, de menosprezar. É apenas este comparativo de superioridade de “bom” que me apetece deixar, em primeiro lugar, esperançoso, a todos os colaboradores, assinantes, anunciantes e leitores em geral do “Diário do Alentejo”. E para todos vós, igualmente, um muito obrigado por permanecerem connosco, apesar da penúria, do desânimo e da incerteza que se abateu sobre o País. Não vale a pena continuar a chover no molhado: 2014 fica, de facto, para a história como um ano horrível a todos os níveis. Um balanço exaustivo de 2014 reconduzir-nos-ia à depressão e ao desarranjo mental. E não é essa a intenção deste breve e modesto artigo, apesar de se presentar quase como impossível a tarefa de assinar uma mensagem de esperança, de crer, de ânimo, sem repisar na lama. Pelo que torno a agradecer, fortemente, a todos aqueles que continuam ligados ao “Diário do Alentejo”. E que são muitos, tantos, cada vez mais (na semana da inclusão do cante na lista do Património da Humanidade chegámos a mais de dois milhões de leitores na Internet). Torno a agradecer-lhes não apenas por permanecerem ligados a um pequeno jornal sediado no interior do País. Mas porque sabemos que quem está connosco acredita, como nós todas as semanas acreditamos e damos notícia, que há pessoas com mérito, para lá dos parasitas que enxameiam os noticiários nacionais. Que há empresas que inovam e que têm sucesso, para lá da infâmia fiscal a que estão subjugadas a nível central. Que há política de vizinhança sã, para lá da barulheira que se faz em Lisboa... Sabemos que quem está connosco, e cada vez serão mais, está porque, como nós, também acredita que o Alentejo terá uma palavra forte a dizer no futuro, apesar do atoleiro em que se transformou a Nação. E essa palavra é “melhor”. O tal comparativo de superioridade que hoje vos deixo a todos, do fundo do coração, a meio caminho entre o sapatinho e as passas do ano novo.

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