terça-feira, 3 de janeiro de 2017

Diário do Alentejo Edição 1810

Editorial
2017
Paulo Barriga

Ao contrário deste que
está a acabar, 2017 tem
tudo para ser o mais
quente dos últimos anos, no que
diz respeito à política de proximidade.
No final de setembro
conclui-se mais um ciclo autárquico.
E é elevada a curiosidade
para ver como se vão posicionar
no terreno da querela de vizinhança
os dois partidos que,
na atualidade, repartem as câmaras
do Baixo Alentejo. Todas
elas. Aliás, CDU e PS não apenas
dividem entre si os diferentes
executivos municipais da
região, como os disputam eleitoralmente
palmo-a-palmo. Ao
contrário deste que está a acabar,
onde se observou o milagre
da pacificação das esquerdas,
2017 tem tudo para ser bastante
mais agreste no que toca a namoricos
e a entendimentos. Isto
apesar de se soprar à boca pequena
que o acordo de governação
conseguido entre socialistas
e comunistas vai muito para
lá daquilo que consta no papel. E
que a estabilidade governativa e
a anuência orçamental também
passam pela mútua não-agressão
a nível das governanças locais.
É certo que as lideranças
partidárias regionais, de forma
mais ou menos explicita, já por
mais de uma vez negaram qualquer
tipo de concertação entre
PS e CDU a este propósito.
Já a política do real, no terreno,
aponta invariavelmente em sentido
oposto. Nas câmaras mais
expostas à mudança, que são
aquelas onde os atuais presidentes
atingiram o limite legal
de mandatos, não se vislumbra
“ainda” qualquer tipo de escaramuça
que se possa assinalar ou
considerar. E o “ainda” tem aqui
um peso determinante, uma vez
que uma campanha de sucesso
a nível local necessita de tempo
para estabelecer o cerco, para o
apertar e para o tornar num garrote
eficaz. Mesmo que Marcelo
marque as eleições para outubro,
o tempo certo para produzir
“eficácia eleitoral” se não se esgotou
já, para lá de forma veloz
caminha. Pelo que, nesta altura,
a ausência de verdadeiras candidaturas
de oposição denunciam
uma de duas coisas. Ou pouca
ambição e nenhuma estratégia
no patamar das estruturas partidárias
locais. Ou muita visão
e imenso taticismo nas cúpulas
das duas forças políticas para
aqui chamadas. Ou ainda, sendo
o mais certo, as duas coisas ao
mesmo tempo. 2017, ao contrário
deste que está a acabar, tem
tudo para ser um ano político
animadote. Ou muito pelo contrário.
Persistindo a dúvida, um
muito bom ano para todos os colaboradores,
leitores e assinantes
do “Diário do Alentejo”, com
saúde e outras coisas boas.

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