segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Segundas Sustentáveis

Este semana a rubrica “Segundas Sustentáveis” vai dedicar-se em exclusivo à mobilidade eléctrica, dando a conhecer duas novidades: o primeiro livro português sobre o tema e um novo modelo de veículo eléctrico com 500km de autonomia.


Dois investigadores da Universidade do Minho (UMinho) lançaram o livro «Carros Eléctricos», o primeiro a nível mundial a tratar de forma ilustrada e abrangente a evolução deste tipo de veículos.

A obra pretende afirmar o impacto crescente que esta tecnologia tem tido, não só na indústria automóvel mas também na sociedade em geral, explicam os autores Jorge Martins e Francisco Brito, do Departamento de Engenharia Mecânica da UMinho, no pólo de Azurém.

Ao longo de 12 capítulos ilustrados são apresentados os progressos feitos ao nível dos carros comerciais, utilitários, de competição, superdesportivos e protótipos, entre outros. É dado um destaque especial à mobilidade eléctrica em Portugal, que se justifica face às iniciativas pioneiras que têm surgido no país, como o programa MOBI.E, e aos veículos e sistemas em desenvolvimento nas empresas e nos centros de investigação nacionais.

Alguns destes projectos envolvem os próprios autores do livro, os quais também possuem uma base de dados a rondar um milhar de modelos eléctricos diferentes. O volume de 200 páginas destina-se ao público em geral, sobretudo aos amantes dos automóveis não convencionais e da sua tecnologia.



Capa do livro “Carros Eléctricos”

(fonte: http://www.gmrtv.pt)

Opel Ampera: o eléctrico sem limites

Passar um fim-de-semana tendo de percorrer vários pontos da grande Lisboa no eléctrico Opel Ampera revelou-se uma agradável surpresa. E porquê? Porque é um carro fácil de conduzir, confortável e principalmente porque nos liberta da preocupação da bateria eléctrica descarregar ao fim de 80 km.

O Opel Ampera percorre 500 quilómetros sem ter que parar para ligar a ficha à tomada, porque tem um extensor de autonomia a gasolina.

Para quem tem dúvidas, este não é o chamado híbrido, pois a maior diferença é que aqui é o motor térmico quem auxilia o motor eléctrico.

O Ampera, tal como a maioria dos carros eléctricos, leva-nos até às séries de ficção científica. O design segue a linha dos modelos ecológicos que se assemelham a uma nave espacial mas está próximo dos carros convencionais, destacando-se o estilo desportivo.

O silêncio no arranque não surpreende, para quem já conduziu outros eléctricos, mas para quem nunca tinha andado a primeira vez a história é outra. Porém, tudo se processa de uma forma natural, tal como nos carros a combustão. Embora o Ampera parecer que desliza.

A direcção eléctrica tem peso certo e uma precisão notável. O conforto a bordo, nos bancos dianteiros, foi uma boa surpresa bem como a qualidade da estabilidade do Ampera.

Dentro do habitáculo o isolamento acústico é bastante bom. O Ampera não sofre muito com ruídos aerodinâmicos e com o tradicional "assobio" do motor eléctrico, notando-se algum ruído de rolamento. Os materiais utilizados no interior são rijos e a consola central tem falta de qualidade que gera alguns sons, mas que a Opel explica deverem-se ao facto destes veículos serem "unidades de pré-produção".

A bateria em forma de T pesa 198 kg, leva o peso do Ampera para os 1732 quilos (entre 170 a 200 quilos mais que um carro do segmento D), diminuindo um pouco a agilidade e limitando a habitabilidade. E aqui está outro problema. Cabem apenas 4 pessoas no Ampera, o banco traseiro não é dos mais ergonómicos e a bagageira fica-se pelos 310 litros.

Com a bateria carregada (leva 4 horas a carregar completamente numa tomada eléctrica comum) conseguimos fazer quase 67 quilómetros. A autonomia varia consoante as condições climatéricas e também o tipo de condução. Foi utilizado o ar condicionado num percurso com algum tráfego, sempre no modo Normal, com o rádio Bose ligado. Depois de esgotada a bateria, o motor a gasolina começou a funcionar gerando energia para carregar a bateria. Aqui, a autonomia subiu para os 500 quilómetros conferida pelos 35 litros de gasolina do depósito e um consumo que variou entre 2,5 e 3 l/100 km. O motor a gasolina não está ligado às rodas nem ao acelerador e só em casos excepcionais (como refere a Opel) poderá enviar energia directamente às rodas motrizes através do segundo motor eléctrico existente. O que de facto aconteceu quando a velocidades foi elevada.

Apesar de ser mais pesado que os rivais do segmento D, o que o podia tornar mais lento, o motor eléctrico, que debita 150 cavalos, tem força suficiente chegar dos 0-100 km/h em 9 e pouco segundos e atingir uma velocidade máxima de 161 km/h.

O painel de instrumentos é radicalmente diferente do normal. Há tanta informação e grafismo que mais parece estarmos a bordo de uma nave espacial. Mas ao fim de pouco tempo habitua-se.

Tem dois ecrãs de sete polegadas, um que dá informações ligadas à condução e outro monitoriza os sistemas de informação, entretenimento, climatização, recarregamento da baterias, entre outros.

Um dos sistemas mais interessantes é o computador de bordo, o outro é a bola que está no painel principal. Essa pequena bola verde move-se na horizontal e indica-nos o estilo de condução. Muda de cor - entre o verde e o vermelho - quando abusamos da travagem e da aceleração. O ideal é que a bola esteja sempre a meio, verde e a rolar.

A consola central define novos padrões em termos de simplicidade com comandos sensíveis ao toque, facilmente identificados. Os dois ecrãs são um mundo de possibilidades que é quase obrigatório perder tempo a "brincar".

Não há dúvida de que o Ampera faz todo o sentido e liberta-nos da ansiedade da reduzida autonomia de um eléctrico. Para o dia-a-dia, este modelo permite uma utilização quase sempre em modo eléctrico, mas mantendo o condutor tranquilo de que se não chegar ao local pretendido, o motor térmico está lá para ajudar.

Ficha técnica Opel Ampera

Preço:42.900 euros

Velocidade máxima: 161 km/h

Aceleração 0-100 km/h: 9 segundos

Autonomia exclusivamente eléctrica: 40 a 80 km

Autonomia total (eléctrica e com extensor): 500 km

Consumo de energia de electricidade: menos de 26 kWh/100 km

Consumo de gasolina: 1,2 l/100 km

Emissões de CO2: 27 g/km

(fonte: http://economico.sapo.pt)

Margarida Duarte




arquitecta . gabinete técnico

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