Parabéns
Paulo Barriga
Um telefonema, logo pela
manhã. Sim, é do “Diário
do Alentejo”. Como? Claro
que sim! Passados apenas alguns
dias entrava pela redação do jornal
um simpático casal. O homem
trazia dependurado na mão direita
um volumoso saco de plástico
de cor branca. Aqui está! E o
que ali estava era tão simplesmente
um conjunto assinalável de documentos,
de fotografias e de objetos
pessoais de um dos fundadores
do “DA”, António Manuel Engana.
O engenhoso operacional “jornalista”
que Carlos Marques recrutou
para iniciar a publicação deste
periódico. Foi a 1 de junho de 1932.
Faz amanhã 81 anos. Foi há um
mês e pouco atrás que os simpáticos
familiares de António Manuel
Engana saíram como entraram da
nossa redação: com o sentimento
de dever cumprido. O dever de terem
contribuído em substância
para a fixação da vasta história de
um dos mais antigos jornais regionais
do País. Obrigado, muito
obrigado, disse-lhes. Na semana
passada uma carta, seguida de telefonema.
Uma daquelas sublimes
e labirínticas cartas que, a espaços,
recebo de Luís Amaro, esse notável
poeta e homem de letras que, por
estes dias, tem a sua obra exposta
na Biblioteca Nacional de Portugal.
Tenho em minha posse uma carta
inédita que o Melo Garrido me escreveu,
disse-me. A missiva data
de janeiro de 1937. Amaro era um
aprendiz de jornalista, com apenas
13 anos. Garrido, que viria a ser diretor
do “DA”, um já respeitado repórter.
Claro que publico! E é assim,
com parte da memorabilia de
António Manuel Engana e com a
epístola inédita de Melo Garrido
para Luís Amaro, que assinalamos
os 81 anos do “Diário do Alentejo”.
Na esperança de, em breve, constituirmos
um pequeno museu e publicarmos
em livro a história do
jornal. Ah, isto para não falar do
bolo e das velas que todos poderemos
provar e soprar quando quisermos,
onde quer que estivermos:
a belíssima capa que a nossa colaboradora
Susa Monteiro desenhou
de ponta a ponta para a nossa festa.
Parabéns a vocês, que nos leem e
que fazem perdurar a história do
“Diário do Alentejo”. Semana após
semana.
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